Letramento digital e formação docente em letras: Avaliações institucionais e organização curricular

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Título: Letramento digital e formação docente em letras: Avaliações institucionais e organização curricular

Autoria: Rosana Ferreira Alves

ISBN: 978-65-5364-490-8

DOI: 10.47402/ed.ep.b25403908

Data de Publicação: 11/12/2025

Letramento digital não é acessório: é condição para ensinar na cibercultura.

Entre o currículo e a avaliação, a competência digital revela desafios e possibilidades.

A escola que ignora o digital corre o risco de falar uma língua que seus alunos não compreendem.

Este livro é um convite a refletir sobre os desafios e possibilidades do letramento digital na formação docente em Letras. Uma obra crítica e necessária para compreender como currículo, avaliação e cibercultura se entrelaçam na construção de uma educação mais significativa e inovadora.


O livro Letramento Digital e Formação Docente em Letras reúne reflexões atuais e críticas sobre a presença das tecnologias digitais nos processos de ensino, avaliação e formação de professores. A obra busca dialogar com estudantes, docentes e pesquisadores interessados em compreender os desafios e as potencialidades da cibercultura no campo educacional, em especial na área de Letras.

No Capítulo 1, discute-se a avaliação da competência digital no ENEM, analisando seus limites, possibilidades e perspectivas críticas. O Capítulo 2 amplia a reflexão ao abordar o letramento digital no ENADE, destacando os impactos e implicações dessa avaliação para a formação docente. O Capítulo 3 volta-se ao espaço acadêmico, problematizando a inserção das competências digitais no currículo do curso de Letras e suas consequências para o processo formativo. Por fim, o Capítulo 4 explora os níveis de letramento digital na formação docente, evidenciando as competências essenciais para o ensino em tempos de cibercultura.

Mais do que uma coletânea de análises, o livro constitui um convite à reflexão crítica sobre como os exames nacionais e os currículos acadêmicos vêm lidando com a integração das tecnologias digitais na educação. Trata-se de uma leitura indispensável para aqueles que desejam compreender e repensar os rumos da formação docente diante das exigências da sociedade digital. Uma obra que conecta teoria, prática e crítica, oferecendo contribuições relevantes para a construção de uma educação mais significativa, inclusiva e sintonizada com os desafios contemporâneos.






Este livro é fruto de uma escuta atenta e de uma resistência silenciosa — mas persistente. Ele nasce do espaço negado, das ideias recusadas, das interrupções injustificadas que, em mesas de trabalho e encontros acadêmicos, tentaram silenciar minha voz. Voz que, embora contida, nunca deixou de pulsar. A cada tentativa de calar, crescia em mim a urgência de escrever, de tornar público o que me foi negado como participação, de transformar exclusões em potência criadora. Assim, esta obra é, também, um gesto de insubmissão: o que não coube nas discussões oficiais, floresce aqui como proposta crítica e engajada, fruto de pesquisas que merecem circular, provocar, construir.

Vivemos uma era profundamente marcada pelas transformações digitais, em que as práticas de leitura, escrita e produção de sentidos extrapolam os limites do papel e se expandem em ambientes multimodais e hipertextuais. Nesse cenário em constante mutação, o letramento digital não é mais um adendo, mas sim eixo estruturante da prática pedagógica — sobretudo na formação de professores de Língua Portuguesa. No entanto, ainda enfrentamos um descompasso evidente entre essas exigências contemporâneas e o que se propõe nas políticas públicas de avaliação e formação docente no Brasil.

É nesse ponto que a Linguística Aplicada Crítica se torna pilar desta obra. Mais que um referencial teórico, ela oferece uma postura ética e política diante das desigualdades, permitindo-nos compreender como práticas de linguagem e de ensino podem reproduzir exclusões ou, ao contrário, abrir caminhos para a transformação social. Guiados por essa perspectiva, os capítulos aqui reunidos desvelam como as linguagens digitais são mobilizadas ou negligenciadas em exames nacionais e currículos acadêmicos, revelando tensões, lacunas e possibilidades que exigem enfrentamento lúcido e corajoso. Dessa forma, esta obra nasce do compromisso com uma educação crítica, inclusiva e atenta aos desafios do presente. Ao analisar o letramento digital sob três perspectivas fundamentais — o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) e o currículo do curso de Letras —, propomos um olhar integrador sobre como (e se) as linguagens digitais têm sido contempladas nos espaços formais de ensino e avaliação.

Mais do que oferecer respostas prontas, este livro deseja instigar, problematizar e ampliar os horizontes da reflexão sobre o letramento digital na formação docente. Ensinar e aprender a ler e escrever no século XXI requer outras epistemologias, novas metodologias e políticas mais sensíveis às complexidades do tempo presente.

Este livro pode ser útil a professores, estudantes, pesquisadores, gestores e formuladores de políticas públicas que compreendem a urgência de repensar a escola diante dos múltiplos letramentos que atravessam a vida cotidiana. Trata-se de uma provocação necessária: como formar professores para uma escola conectada, crítica e ética? Que esta leitura possa provocar inquietações fecundas, inspirar práticas transformadoras e fortalecer a esperança em uma educação linguística mais justa, digitalmente competente e socialmente comprometida. Porque há vozes que, mesmo tentadas ao silêncio, encontram no texto seu lugar de permanência e transformação.